Dar lugar às palavras
À sua mendigagem
Grão a grão enche a galinha o papo
E aqui a galinha se encontra
Com o papo vazio
Bicam bicam
Por conceitos que lhes atiram
Não lhes tiram a sua humanidade
Mas por vezes humanos levantam voo
Outrora foram aviões
Hoje não passam de ícaros
Ou o sol endureceu
Há de ser bela,
A dureza solarenga,
Soa a arte
A alguém qualquer arte há-de soar
Não soem antes esses artistas do desmanchar prazeres
Também nisso há prazer
Não discrimino
Não não discrimino
Eu? Eu sou tão neutro como a fria Suíça
Mas dentro da vossa temperatura
Não há lugar para temperamentais neste mundo facial
Não é que me importe
Eu? Eu nem existo!
Vá, existo para ti e para os teus
Só tu e os teus olhos me fazem existir
Bendito sejas
Meu salvador, mas não me salves
Que também não sou submisso
Totalmente comprometido com o equilíbrio
Mas também não sou fanático por ele, atenção
Nada sou sendo tudo o que desejares
Deus, portanto
Um Deus que te adora
Neutralmente, é claro