Pensas que ao tomar-te tempo me responsabilizo por ti,
mas não
Não é o que acontece
Não, não, é a tua decisão,
tudo o que vês decidiste por ver,
tudo o que sentes sentes por ti mesmo,
sem bodes alheios a atrapalhar a tua unidade metafísica
Não há aqui perturbadores dessa tua solidão substancial
Podes sossegar
podes finalmente dormir na paz da tua integridade e da minha distância
É falso que respiro como tu
é falso que sinto como tu
não passam de caluniadores os que me afirmam como ser igualmente pensante
Fui feito por e para ti e para os momentos que me ouves,
ouves o que é suposto eu dizer,
previsível ou imprevisivelmente, é sempre o que diria, o que disse.
E tu continuas tu
esse teu eu sublime de individualidade
de distinção desconhecida
de brilhantismo incompreendido que todos os restantes querem em nós
Nos nossos corpos que à tua volta dançam,
nas nossas almas que pela tua respiram,
no mundo que acabará quando acabares
porque começou quando começaste,
apesar de fingires que não para agradar a historiadores que aparentam acreditar em histórias de maus de bigode
Bigode?
Como se fosse possível ter bigode.
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